FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO DO ESTADO DE RORAIMA

Surgimento de petróleo em Georgetown, facilitará intercâmbio comercial entre Brasil e Guiana

A Guiana, um dos pais mais pobres do hemisfério ocidental está prestes a se tornar, a partir do ano que vem, um dos maiores exportadores de petróleo. São cerca de 5 bilhões de barris, descobertos desde de 2015, em águas profundas, o que poderão trazer impactos positivos ao comércio brasileiro. Conforme o Fundo Monetário Internacional (FMI), a ex-colônia britânica será um dos países do mundo que mais crescerá nos próximos anos. A previsão é que em 2020 e 2021, a Guiana obterá um salto de 29,8 e 22,1% respectivamente.

Segundo o Presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Roraima (Fecomércio-RR), Ademir dos Santos, a notícia da descoberta do petróleo não tornará somente a Guiana, um país rico, mas também facilitará as transações comerciais com o Brasil, fortalecendo o empresariado local. “Não tenho dúvidas, que essa proximidade do Estado de Roraima com aquele país, aumentará ainda mais as exportações dos produtores roraimenses para aquela nação. O processo econômico no qual a Guiana está passando com essas grandes reservas petrolíferas que futuramente serão exploradas e que provavelmente, segundo os estudos do Banco Mundial será um dos países mais ricos do mundo. É importante ressaltar que o país vizinho é povoado por aproximadamente 700 mil habitantes, e com a descoberta dessas fontes de riqueza que são comparadas as reservas localizadas nos Emirados Árabes”, explicou.

Para Ademir, mesmo com as vantagens no processo comercial entre os dois países, é necessário melhorar a infraestrutura entre Roraima e a Guiana, com as estradas asfaltadas para facilitar o escoamento dos produtos. “Ainda temos um trecho da estrada que precisa ser estruturada, porém acredito que os dois países entrarão em acordo para facilitar esse acesso. Além de contarmos com um mercado consumidor naquela nação, com uma renda per capita boa, teremos acesso a um posto de águas profundas, no marítimo, o que ocasionará um maior estreitamento entre o Brasil, os Estados Unidos e a Europa. Nossas exportações vão aumentar, principalmente com os produtos oriundos do agronegócio”, comentou.

O Presidente reforçou ainda, que as relações comerciais aumentarão entre o Brasil, por meio do Estado de Roraima e a Guiana, principalmente por conta de o país vizinho não produzir o que consome. “Com o aumento da renda per capita, consequentemente aumentará o consumo, e com isso, o comércio roraimense terá muito a ganhar”, reforçou.

O Presidente da Câmara de Comércio Brasil/Guiana, Remídio Monai acredita que o Governo Brasileiro vai estreitar o intercâmbio comercial com a Guiana. “O mercado guianense com o Brasil está adormecido. Estive no país vizinho e verifiquei que ele está cadastrando os Estados Unidos com cinquenta empresas por semana, para virem para a Guiana. Vale ressaltar que o país vizinho está prestes a sair da condição de pobre, para se tornar um dos países mais ricos do mundo”, confirmou.

De acordo com Monai, em 2015 foi descoberta uma reserva de petróleo em 193 quilômetros da costa de 1.740 sob a superfície do mar. Ele afirmou que a exploração da jazida tenha início em janeiro do próximo ano. “A Guiana tem um orçamento de 3,6 bilhões de dólares ao ano, e vão adicionar mais 6 bilhões, o que triplicará para 9,6 bilhões de dólares em seu orçamento. Isso significa que nos próximos cinco anos, o país vizinho deva ultrapassar a Venezuela e o México na produção de petróleo. O mundo está de olho na Guiana e nos também aqui do ladinho”, enfatizou.

Para facilitar o estreitamento com o mercado guianense, Monai informou que a Câmara de Comércio está sendo reestruturada. E afirma que foi feita uma pauta de 14 itens, que precisam ser ajustados para o que o intercâmbio entre os dois países ocorra. “Além do idioma, temos outros problemas como a estrada que dá acesso de Lethen para Georgetown,  que ainda precisa ser totalmente asfaltada, bem como a falta de uma linha aérea que ligue Boa Vista a capital guianense, entre outros problemas. Estamos trabalhando em cima disso para buscarmos superar esses obstáculos para fazermos parte desse crescimento com a Guiana”, afirmou o Presidente da Câmara Brasil/Guiana, garantindo ganhos nas transações comerciais para Roraima, como custo de fretes menores, menor tempo de duração para a importação e exportação dos produtos, entre outras benfeitorias.

Com a estrada que dá acesso a Georgetown, Monai afirma ainda que o mercado amazonense, e de outros estados do Norte do país terão a oportunidade de participar do intercâmbio comercial com a Guiana. “Se conseguimos a ligação aérea para a capital guianense, vai ser fácil e mais barato fazer uma conexão por aqui do que ter que se deslocar até São Paulo para garantir os voos internacionais. Vale ressaltar que ligaremos também Manaus e a região norte com a Guiana”, destacou o presidente, afirmando que representantes da Superintendência da Zona Franca de Manaus agendaram uma ida a Georgetown, no sentido de verificar as  condições comerciais com a Guiana.

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