FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO DO ESTADO DE RORAIMA

No Sistema Fecomércio/Sesc/Senac/IFPD-RR, o espaço da mulher é tão grande quanto a sua força

As mulheres são a maioria no quadro geral e também nos cargos de gestão do Sistema em Roraima. Conheça os desafios enfrentados por algumas delas e saiba mais sobre o mercado de trabalho feminino em todo o mundo.

Enquanto no mundo inteiro as mulheres ainda são minoria nos cargos de liderança e recebem até 20% menos do que os homens, no Senac Roraima elas são maioria, são 102 mulheres e 62 homens. Na diretoria (Kátia Rossi), nas gerências e coordenações, nas salas de aula na área de instrutora, na organização dos eventos, serviços gerais, sempre trabalhando para entregar uma educação profissional de excelência.

Nas outras casas do Sistema Fecomércio/ Sesc/Senac/IFPD, a situação se repete: são 256 mulheres e 180 homens no Sesc, comandados pela diretora regional (Lisiane Carnetti). Na Fecomércio, são 9 colaboradoras. No Instituto, a proporção é de 25 mulheres para 8 homens. Então a grande maioria dos colaboradores do Sistema Fecomércio Roraima, são mulheres.

“O esforço é ao quadrado para comprovar nossa competência”

O dia era de festa no prédio do Senac São Francisco. Uma programação especial alusiva aos 20 anos da instituição começaria ainda pela manhã para todos os colaboradores.

Reunidos no hall do prédio, eles assistiam aos discursos do Presidente Ademir dos Santos, que estava ladeado pela gerente de Educação Profissional (GEP), Eliane Lino, pela gerente de Planejamento, Administração e Finanças (GPAF), Kátia Rossi, e pela diretora Lisiane Carnetti. Onde ele anunciou que a nova diretora regional seria Kátia Rossi.

Kátia Rossi assumiu o cargo mais alto do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial na mesma época em que ela mesma também completou 20 anos na instituição: o seu primeiro emprego na vida foi na Central de Atendimento do Serviço, para o qual havia sido aprovada por processo seletivo.

Com apenas 18 anos, ela começou “com aquela vontade que todo jovem que está no seu primeiro emprego tem”. Aprendeu não apenas sua função, mas como funcionava o Senac. Assim, se algum supervisor de cursos (como eram chamados os hoje coordenadores) precisava se ausentar, ela assumia seu lugar. Um dia, se tornou oficialmente a supervisora de Informática. Mas além de elaborar cursos, analisar demandas e cuidar da parte pedagógica, ela lidou com o preconceito.

“A maioria dos instrutores eram homens. Se hoje é difícil para uma mulher adentrar nesta área, em meados de 1999 e 2000 era mais ainda, e às vezes os instrutores não aceitavam serem comandados por uma mulher”, contou.

Ela conseguiu unir a equipe e desenvolver cursos e ações para a comunidade. Assim, cresceu e assumiu outros cargos de gestão, como a GEP e a atual Coordenação de Relacionamento e Mercado (CRM). Na GPAF, seu último cargo antes da direção regional, ela não largava o celular, devido a muitas demandas. Quando se tornou diretora, brincou: “agora que vou passar mais tempo no celular, mesmo! ”.

Se a rotina como líder é exaustiva, também é cuidar de sua família e de sua casa. Mas ela faz tudo “sempre de cabeça erguida e acreditando que lá na frente será ainda melhor”. A mensagem que deixa para o público feminino é a de que “nós mulheres já nascemos fortes, mas só sabemos realmente disso quando nos deparamos com situações que nos movem a realizar nossos sonhos e metas. No Senac, onde dizemos que ‘realizamos sonhos’ dos alunos, nós mesmos também nos sentimos realizados por ajudar os outros”.

A pessoa que ocupava o cargo atual de Kátia também é uma mulher: Lisiane Carnetti, que hoje é diretora regional do Sesc. Desde 2011 liderando todos os colaboradores do Senac, ela fala com firmeza e paixão tanto nos discursos dentro dos eventos do Serviço quanto na hora de passar recados para a sua equipe.


Lisiane Carnetti e Kátia Rossi. Foto: Yanna Mesquita/Comunicação Senac RR

Mas sua postura é fruto não apenas de muito estudo acadêmico e conhecimento sobre os processos do Sistema S, mas de um “esforço ao quadrado, enquanto mulher”, para comprovar a sua competência em um universo que costuma ser “habitado” por figuras masculinas. Para isso, Lisiane se valeu e se vale de ações para demonstrar os resultados de seu trabalho.

“A sociedade cobra muito de nós mulheres que sejamos competentes, carinhosas, esposas, mães”, comentou. Ela, que é casada e tem um bebê de um ano e meio conhece bem os desafios de conciliar a maternidade com a vida profissional. E faz parte de uma exceção: Mulheres que ocupam cargos de liderança tendo filhos de menos de seis anos de idade.

Mesmo passando boa parte de seus dias resolvendo os assuntos de seu trabalho, ela não sente a famosa culpa materna. Pelo contrário: se sente bem-sucedida profissionalmente e pessoalmente.

“Conciliar meu trabalho com a maternidade, para mim, um desafio que consigo cumprir porque sou uma pessoa resolvida emocionalmente e sei que a intensidade do tempo que dedico à minha filha é o que importa, e não a quantidade. Mas pensar assim não é de graça e não é fácil: é uma conquista que diariamente precisa ser alimentada, como um projeto de vida ”, detalhou.

Nayra Wladimila
Comunicação Senac RR

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