FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO DO ESTADO DE RORAIMA

Secovi-RR vai priorizar a desoneração da carga tributária

Pelo terceiro mandato consecutivo, o empresário Ricardo Herculano Bulhões de Mattos é presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis e Edifícios em Condomínios Residenciais e Comerciais do Estado de Roraima (Secovi–RR – Sindicato de Habitação). Mas dentro de sua carreira sindical, também presidiu por dois mandatos, o Sindicato do Comércio Varejista de Veículos do Estado de Roraima (Sindiveículos-RR). Natural do Rio de Janeiro, mora em Roraima há mais de 37 anos, em que casou e se tornou pai de quatro filhos. Empresário do setor imobiliário, é formado em Operacional Civil.   1 – O que o Senhor espera como ação do próximo governo, no tocante o incentivo para que haja maior competitividade empresarial? Resposta: A desoneração da carga tributária seria a primeira coisa a ser feita. Temos Roraima em um ponto geográfico que foge do eixo econômico do Brasil. Infelizmente os tributos cobrados para nós empresários são altos, as condições logísticas são precárias, e ainda estamos na eminência de abrir acesso pelo Arco Norte, na buscar pelo mercado internacional. A nossa economia perde muito espaço quando se compete com o centro-sul do país, porém podemos desenvolvê-la por meio da Guiana Inglesa, que é a porta de acesso para o exterior. Infelizmente, dependemos da economia do estado, não temos indústrias, o nosso comércio depende da folha de pagamento, o que é ruim, principalmente se comparada a crise econômica do país. Temos o empréstimo consignado que ocasiona a não circulação no estado de cerca de 30% do salário dos servidores públicos e pensionistas. Mas acredito no crescimento do país para o próximo ano, pois as vendas do comércio estão parando de cair, a recessão estabilizou, o que nos faz acreditar em uma expectativa de melhora do mercado brasileiro, e em especial o de Roraima.   2 – O que o senhor acredita ser prioridade do novo governo, no que diz respeito ao fortalecimento da economia local?Resposta: O setor primário deve ser uma das prioridades, pois é a indústria que fortalece o mercado local. Temos que valorizar também o ramo da construção civil, que também é o segmento que gera emprego e renda no estado, e que não exige muito a qualificação do empregado neste setor. Outro ponto importante deve estar ligado a regularização das nossas terras, pois precisamos de segurança jurídica para trabalhar e trazer investidores de fora.  3 – Quais seriam os investimentos de infraestrutura e logística que o governo eleito poderia fazer pela classe empresarial local?Resposta:Sem sombra de dúvida, precisamos de uma energia elétrica segura, confiável e integrada ao sistema nacional. Necessitamos de logística para viabilizar a transferência de nossos produtos para o mercado externo, cuja via se dá até a capital da Guiana Inglesa. O fechamento da BR-174, que passa pela Reserva Uaimiri- Atruari em um determinado horário não pode permanecer mais nessa situação, pois fere a Constituição Federal que trata do direito de ir e vir em todo o território brasileiro.  4 – O que o governo deveria fazer para facilitar a vida da classe empresarial, principalmente os que estão iniciando seus trabalhos no ramo.Reposta: A abertura de empresas deve acontecer em tempo mais hábil, porém o que acaba prejudicando o futuro empreendedor é o valor da carga tributária que é exorbitante. Outro ponto crucial é o cumprimento dos prazos para pagamento de impostos devem ser executados em tempo limite, porém o atraso nos recebimentos de pagamentos por conta do poder público ao empresário, acaba prejudicando a vida de quem tem que cumprir com suas obrigações tributárias, que mesmo com a reforma em sua estrutura, ainda é um empecilho na vida do empreendedor. Não podemos esquecer ainda da desburocratização para se ter acesso a linha de crédito as empresas que estão iniciando no mercado.    5 – Roraima está situado em uma tríplice fronteira, com a Venezuela e a Guiana Inglesa. O que o senhor acredita ser importante para que haja um maior intercâmbio comercial entre esses países e o Brasil?Resposta: Apesar de termos condições de importar e exportar, as nossas fronteiras ainda passam por um processo de burocratização que atrapalha a vida do empresário. Vale ressaltar que a situação política e financeira na Venezuela nos impede de arriscar o mercado externo, porém temos a Guiana Inglesa, mais precisamente que Georgetown que nos propicia uma excelente atuação na exportação de nossos produtos para o mercado internacional em tempo hábil e um valor de frente mais em conta. Mas para que isso aconteça é necessário se construir a rodovia que liga o Roraima ao país vizinho.

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